Translate

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Da Semana de Arte Moderna e fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922 até janeiro de 2011: Das conspirações à chegada ao poder dos comunistas no Brasil.

             
     Antes devo dizer que neste ensaio literário não sustento este ou aquele que se opõe, não comparo, não qualifico e nem desqualifico. Somente me detenho a observar nos fatos a prática e a intenção que não foram contempladas nos livros e apostilas de história das escolas públicas e privadas do Brasil. O trabalho é longo e demandou pesquisas, porém cuidei de publicar aqui o que considerei necessário, dentro da Linha do Tempo, como informações que permita que leitor assimile o conteúdo deste tema que trata da atividade das organizações marxistas no Brasil. Difícil tarefa diante do bombardeamento de informações que os autores marxistas injetaram no sistema educacional e nos meios de comunicação. Esse bombardeamento se deu de tal monta que todos passamos a olhar e interpretar a realidade cotidiana com os olhos e os valores desses autores.
Neste ensaio exponho críticas e reflexões, comparo dados históricos com nomes e datas que podem servir de referencia bibliográfica a quem desejar esmiuçar ainda mais o tema. A partir de análises comparativas entre fatos e indivíduos destacados, desenvolvo a crítica que representa opinião e ponto de vista pessoal, focando o que parece ser subjetivo, sobre fatos de um período político, social e cultural. Não tenho, para tanto, a necessidade de me sustentar em referências bibliográficas de teses ou outros tipos de trabalhos acadêmicos. Por se tratar de análise comparativa e de dedução baseada em fatos que o Sistema de Educação de influência Marxista considerou subjetivos, assumo a forma livre e assistemática, sem estilo acadêmico preciso, me colocando à vontade dentro do que o filósofo espanhol José Ortega y Gasset,( 2004, p. 573), definiu como "um tipo de exercício sem prova explícita". (PIGATTI, V, T., 2010 )


Da Semana de Arte Moderna e fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922 até janeiro de 2011: Das conspirações à chegada ao poder dos comunistas no Brasil.

                    Não sei e talvez você não saiba, mas certamente um número bem pequeno de indivíduos sabe e levará para o silêncio da sepultura boa parte do que verdadeiramente aconteceu, no Brasil, desde 1922 até os dias de hoje, inicio de 2012. Para a história real ficaram os espaços em branco omitidos pelo silêncio sepulcral ou pela maquiagem da história oficial local baseada em informações pré-selecionadas pelos intelectuais marxistas dominantes. Esses indivíduos conduziram um critério seletivo de informações, sem, contudo, terem relação direta e real com o acontecimento. No entanto eles acabam atuando com ferramentas ideológicas como se fossem os verdadeiros protagonistas, dando a história o caminho que bem desejarem por exercerem função pública que lhes permite o poder de controle sobre o conteúdo da mídia, da pesquisa e da produção acadêmica,. Em função do privilégio de seus cargos e funções acabam inserindo ao fato o colorido ideológico e o enfoque que servem para camuflar erros e equívocos. Quando não podem agir sobre o que já é de domínio público, contestam o que é óbvio com o propósito de tornar o fato confuso, desacreditado. O objetivo deste ensaio é descolorir, descortinar, descontaminar.
       A Semana de Arte Moderna ou o Modernismo no Brasil teve inicio oficialmente em São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, um mês antes da fundação do Partido Comunista Brasileiro, fato que ocorreu na cidade do Rio de janeiro a 25 de março de 1922. Como é de conhecimento de todos, o Partido Comunista Brasileiro surgiu sob a influencia da Revolução Russa de 1917, com seu programa assentado ideologicamente em Karl Marx e Friedrich Engels e com base nas teorias pragmáticas de Lênin. Da Semana de Arte Moderna de 22, podemos conferir que, desde o inicio e no decorrer das décadas que se seguiram, senão todos, porém a maioria de seus integrantes se filiou ao Partido Comunista Brasileiro.

Ren Thiollier, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Manoel Vilaboin, 
Francesco Pettinati, Cândido Motta Filho, Paulo Prado,  Graça Aranha, 
Afonso Schmidt, Goffredo da Silva Telles, Couto de Barros, 
Tácito de Almeida, Luís Aranha, Oswald de Andrade, Rubens Borba de Moraes. 
Outros acontecimentos vão ocorrendo depois da semana de 22, mas por não atenderem o desejo colorido do interesse acadêmico ideológico marxista, são ignorados e caem no esquecimento. Pouco se sabe da Rebelião de 1924 na qual o general gaúcho Isidoro Dias Lopes comandou a insubordinação que deflagrou violentos conflitos bélicos na cidade de São Paulo. (Também é bom anotar que, independentemente das questões de ordem ideológica,  toda tropa militar insurgente cobra imposto da cidade ou região sitiada, saqueia as instituições locais cujos recursos atende os deslocamentos, manutenção de tropa e enriquecimento econômico dos membros do alto comando. O que difere de outros movimentos militares é que o "Insurgente" é parte do Exército institucional que se vale do armamento, do treinamento e da hierarquia militar proporcionado pelo próprio Estado).    
No final de julho de 1924, esse general se retirou da cidade de São Paulo saqueada e seguiu com seus soldados em direção ao Paraná. Lá sua tropa juntou-se a outra tropa insurgente sob o comando do capitão Luis Carlos Prestes, também gaúcho,  que se deslocara de sua unidade militar, situada no  Rio Grande do Sul, para a mesma localidade no Estado do Paraná, local  em que estavam acantonadas as tropas do general  Isidoro Dias Lopes, essa que viera da cidade de São Paulo. Da junção das duas tropas configurou-se uma terceira, em 1926, para qual os acadêmicos marxistas deram o nome de Coluna Prestes. Essa coluna foi, posteriormente, consagrada pela intelectualidade ligada ao Partido Comunista Brasileiro como marco da história da atividade militar marxista no Brasil. O militar com cujo nome batizou-se a referida coluna tornou-se, no restante de sua vida, o porta voz brasileiro dos interesses da  União Soviética e do Comitê  da Internacional Comunista
  Em 1930, oito anos depois da fundação do Partido Comunista Brasileiro e do evento cultural da Semana de 22,  ocorreu o golpe militar sob o comando de outro militar gaúcho, Getúlio Vargas, que deixara o cargo de presidente do Rio Grande do Sul e, à frente da tropa insurgente, dirigiu-se ao Rio de Janeiro, na época a capital do Brasil. Chegando lá com sua tropa, depôs o Presidente da República que havia sido eleito pelo voto e se autodenominou o novo presidente da República do Brasil. Em sua maioria, tanto os integrantes da Semana de Arte Moderna de 22, como também os membros do Partido Comunista Brasileiro, apoiaram esse golpe executado pela tropa militar gaúcha sob o comando de Getúlio Vargas. Passados dois anos do golpe militar das tropas de Getúlio Vargas, no ano de 1932 os paulistas deflagraram a guerra de resistência com o objetivo de restaurar o sistema democrático no Brasil. Ao terminar esse conflito e com a derrota dos paulistas, os lideres se exilaram e a sede do governo do Estado de São Paulo foi esvaziada. Sem comando e cercado pelas tropas simpáticas a Getúlio Vargas o Palácio do Governo paulista foi invadido por membros do Partido Comunista que tentaram assumir o controle da situação e se estabelecerem no comando do Estado. Embora não tenham sido identificados por nenhuma pesquisa acadêmica, esse grupo não logrou seu intento e foi "dispersado" pela ação dos soldados da Força Pública do Estado de São Paulo  que já estava sob o comando de um interventor militar nomeado por Getúlio Vargas. 
       Esse interventor nomeado por Getúlio era Miguel Crispim da Costa Rodrigues que pertencia as próprias fileiras da Força Pública do Estado de São Paulo, instituição militar paulista que lutara contra Getúlio Vargas. Nascido na argentina, Miguel da Costa fora criado, desde menino, em São Paulo, ingressou na academia militar e se tornou oficial da Força Pública do Estado de São Paulo. Por sinal, ele também esteve na tropa denominada Coluna Prestes de 1926. Embora tenha sido um de seus principais líderes e um dos que apoiaram Getúlio no golpe de 1930, seu nome não consta como membro do comando na história da Coluna Prestes de 1926. Ocorre que no episódio da Guerra de 1932, comunistas e modernistas dividiam a política partidária e a atividade cultural em São Paulo, bem como  em outros estados da federação. Eles ficaram ao lado das forças getulistas que derrotaram os combatentes paulistas que pegaram em armas na luta pelo retorno do Sistema Republicano ao Estado de Direito.
  O projeto de poder dos comunistas influenciados pela Rússia prosseguiu em sua caminhada estratégica para alcançar o poder central no Brasil. Se não conseguiram se estabelecer com a coluna Prestes em 1926 e no comando do governo de São Paulo em 1932, desfecharam, a seguir, uma ação conhecida como a Intentona Comunista de 1935. Tratou-se de movimento de insubordinação e ação militar sob a liderança de Luis Carlos Prestes e articulado pela Internacional Comunista da América Latina. Essa organização marxista financiada por Moscou, tinha em seus quadros diretivos membros oriundos de diversos países. Eram da direção desse comitê da Internacional Comunista os alemães Olga Benário e Arthur Ernest Ewert , os argentinos Rodolfo Ghioldi e Raniere Gonzales os quais, por estratégia política, tinham a nacionalidade omitida. O brasileiro que comandou a Intentona sob a influência da Internacional Comunista foi o mesmo que os acadêmicos usaram para batizar com seu nome a Coluna Militar insurgente de 1926. Agindo concomitantemente em com membros do Partido Comunista espalhados por várias unidades militares no Brasil, a Intentona objetivava alcançar o comando dos quartéis e depois, a exemplo de Vargas,tomar o Palácio do Catete no Rio de Janeiro, destituir o militar gaúcho que o tomara em 1930, levando o Brasil ao mesmo sistema político, econômico e ideológico que vigorava na Rússia desde 1917. Os membros do Partido Comunista sob o comando de Prestes foram derrotados no intento de tomar os quartéis, porém deixaram um numero razoável de soldados mortos os quais foram assassinados enquanto dormiam dentro dos alojamentos. Essa ação militar planejada pela Internacional Comunista e comandada  em território brasileiro por Luis Carlos Prestes, levou Getúlio Vargas decretar Estado de Guerra no Brasil nos anos de 1936 e 37. É possível perceber na História que essa estrategia, esse modelo de insurgência militar com viés ideológico marxista haveria de se repetir de forma semelhante nos demais países latino americanos durante todo o século XX.
   A instabilidade provocada pela influencia da Internacional Comunista e pela ação conhecida como  Intentona Comunista, comandada em território brasileiro por Luis Carlos Prestes, desembocou na decretação do Estado Novo em 1937. O gaúcho Getúlio Vargas, que havia tomado o Palácio do Catete em 1930, fechou o parlamento e decretou-se, oficialmente, ditador do Brasil em 1937. Na organização federativa do estado brasileiro a partir da Proclamação da República em 1889, cada unidade ou Estado federativo controlava sua própria identidade local tanto no campo  jurídico e cultural como no administrativo e político. A partir de 1937, com o Estado Novo, o  agora ditador Getúlio Vargas designou interventores para todas as áreas da administração pública do Estado de São Paulo. Os interventores passaram a administrar os recursos econômicos e a distribuição dos mesmos em serviços públicos como o da educação, dos esportes, da cultura, museus etc. Contando com apoio dos modernistas de 22, esses interventores mudaram o conteúdo dos currículos escolares e das universidades públicas de acordo com os interesses do Estado Novo.  Interviram na economia fortalecendo empresas e empresários simpáticos ao Estado Novo, enfraquecendo os que eram ligados aos grupos políticos que foram retirados à força do poder.  Além da área agrícola relacionada ao café, podemos citar como exemplo da intervenção do Estado Novo nas atividades empresariais, a Companhia Nitro Química Brasileira. Essa indústria começou a ser instalada no município de São Paulo, no bairro de São Miguel Paulista, por volta de 1935 com a participação direta não só do Estado, mas do próprio Getúlio Vargas
     A facilidade de transporte oferecida pela ferrovia Central do Brasil, o preço da terra e a proximidade com o Rio Tietê e com o Córrego Itaquera, foram os atrativos para implantação dessa indústria química altamente poluente. A Companhia Nitro Química foi comprada dos Norte Americanos que a haviam desativado. Ela foi desmontada lá e trazida em navios até o porto de Santos e, em seguida,  deslocando-se por via férrea até o seu destino final; o bairro de São Miguel Paulista,  às margens e na proximidade da cabeceira do Rio Tietê. No primeiro dia de funcionamento, por volta de 1938, causou mortandade absurda de peixes e outros animais que dependiam da água do rio. O Tietê não seria mais o mesmo, como também os clubes e a vida social que brotaram até então às suas margens. Nada mais pode continuar usufruindo das águas do rio no trecho que cortava a cidade de São Paulo.
        O regime político implantado com o Estado Novo durou de 1937 até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Nesse período foram suspensos todos os direitos políticos, abolido os partidos e as organizações civis. O Congresso Nacional foi fechado, assim como as assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais de todos os estados da federação. Líderes do partido comunista e de outros matizes da oposição foram presos ou deportados. Com a vitória em 1945 dos aliados na Segunda Guerra Mundial (Rússia, EUA e outros), pôs-se um fim ao Estado Novo de Getúlio Vargas que havia demonstrado simpatia pelas forças do Eixo que envolvia Alemanha, Itália e Japão.  A partir de 1945 foi restabelecido no Brasil o regime democrático com todas suas representações políticas, inclusive com o retorno do Partido e dos lideres comunistas.
     Prestes, líder e principal representante da Internacional Comunista no Brasil, preso em 1936 por conta da Intentona, foi anistiado em 1945, por pressão da Rússia comunista que estava entre os aliados que venceram as forças nipo-germânica-italiana na Segunda Guerra Mundial. O gaúcho, principal líder comunista no Brasil, comandante da Coluna para a qual deram seu nome e responsável pela deflagração da Intentona de 35, elegeu-se senador pelo Estado de São Paulo. No discurso de campanha, em comício que se deu no Estádio de São Januário, Rio de Janeiro, em 1945, por influência estratégica da Rússia através da Internacional Comunista, Prestes, enquanto candidato a senador, defendeu a continuação, no Palácio do Catete, do ditador do Estado Novo Getúlio Vargas, o mesmo que o deixara encarcerado por 9 anos. Em seu discurso sustentava seu apoio estratégico ao ditador e seu algoz; “pelos progressos alcançados durante sua gestão”. Ocorre que Getúlio havia organizado os sindicatos e criado o imposto sindical. Esse acordo com o Partido Comunista através da organização sindical  deu a Getúlio a base necessária para voltar ao poder em 1953. Por outro lado a estrutura sindical passou a ser o principal instrumento de instalação e manutenção das teses marxistas. A exemplo de Prestes, o artista plástico modernista Cândido Portinari, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, também concorreu a um cargo político naquela ocasião. O apoio dos modernistas/comunistas a Getúlio Vargas pode ser constatado quando Cândido Portinari, pintor especializado em murais, havia sido contratado, em 1937, para confeccionar murais no prédio do Ministério da Educação, Rio de Janeiro, sob a administração do governo varguista. 
       Em 1947, antes da crise entre os EUA e a Rússia Soviética, e antes que o registro do Partido Comunista Brasileiro ter sido cassado e seus membros voltarem à clandestinidade, o senador e representante da Internacional Comunista, Carlos Prestes, liderava uma bancada composta por 14 representantes do Partido na Assembleia Nacional Constituinte. Muitos membros do Partido Comunista Brasileiro, eleitos na Constituinte de 1946, prosseguiram, até o final do século XX, atuando e influenciando os rumos da vida política, intelectual e cultural do Brasil. Seus herdeiros tanto na área sindical quanto na política partidária estão hoje, na segunda década do século XXI, ocupando os altos postos nas universidades públicas e no sistema administrativo público brasileiro.  
Fica evidente ligação do Partido Comunista Brasileiro com a Internacional Comunista e com Moscou. Essa influência se deu também na opção ideológica do perfil étnico e cultural que se atribuiu a nacionalidade brasileira. Esse contexto de influência ideológica pode ser evidenciado nas obras dos que foram considerados os principais artistas e intelectuais da Semana de Arte Moderna de 1922. A opção ideológico-étnico-estético dos modernistas é reafirmada na atuação do senador comunista e comandante da Coluna Prestes eleito em 1946, o qual fechou questão a favor da emenda nº 3.165, de autoria de um deputado carioca cujo texto dizia: "É proibida a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer procedência”. 
      Em 7 de maio de 1947 o registro do Partido Comunista Brasileiro foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral da época. A ilegalidade é decretada pelo Supremo Tribunal Federal, que se baseou em texto constitucional de 1946 que “proibia a existência de partido político contrário ao regime democrático e contrário à pluralidade partidária e que não garantisse os direitos fundamentais do homem”. Como se vê, o texto de 1947 é muito semelhante ao que presenciamos nesta segunda década do século XXI. A diferença é que, hoje, a Rússia comunista faliu e os partidos comunistas brasileiros se declaram estrategicamente democráticos. Lá em 1947, além da cassação do Partido Comunista, o Ministério do Trabalho fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores, (CGT),  e interveio em mais de 100 sindicatos que estavam sob a influência e controle administrativo do Partido Comunista..
       O Brasil rompe relações com a Rússia que estava sob o comando de Stalin. No ano seguinte, 1948, uma lei aprovada pelo Congresso Nacional determina a cassação do mandato de senadores, deputados e vereadores eleitos pelo Partido Comunista Brasileiro. Os membros da bancada comunista no Congresso Nacional que havia assinado a Constituição em setembro de 1946 tiveram seus mandatos cassados pelo Congresso em janeiro de 1948. O Partido Comunista Brasileiro passa a atuar na ilegalidade ou clandestinidade. Esse acontecimento reflete o inicio à Guerra Fria envolvendo os Estados Unidos da América do Norte e aliados contra a Rússia e seus aliados reunidos na União Soviética. 
       Como resultado da Guerra Fria, surgiu, nos anos 50, a política Macarthista. O macarthismo foi criado por senador estadunidense e se estabeleceu com a implantação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos da América do Norte.  Toda e qualquer atividade pró-comunismo ou pró Rússia estava terminantemente proibida. Qualquer indivíduo que as estimulasse em território dos EUA estaria sujeito à prisão ou extradição. No entanto, as formas encontradas para continuar praticando política antiamericana e marxista e, ao mesmo tempo, burlar e desmoralizar o macarthismo dentro dos EUA são inúmeras e incontestáveis. Os marxistas não ergueram apenas monumentos dentro do território norte americano, mas também marcaram com elementos ideológicos as políticas culturais das décadas de cinquenta, sessenta e setenta e subsequentes do século XX da Civilização Cristã Ocidental.
        Os elaboradores da política marxista dentro do território norte americano contaram com o advento da expansão dos meios de comunicação de massa, principalmente rádio e televisão e souberam pegar carona na indústria cultural e em movimentos inspirados nas conquistas das liberdades individuais que se popularizaram logo após a Segunda Guerra Mundial. Os comunistas cavalgaram, infiltraram-se nas manifestações culturais como no Movimento Hippie, nos movimentos estudantis de e 1968 em Paris, nos movimentos ambientalistas, alternativos, culturais, que aconteciam no interior das grandes potências e democracias ocidentais. 
       Tudo aponta para um significativo, qualificado e bem orquestrado plano que derrotou o macarthismo e o colocou de forma negativa do outro lado da história, cujos reflexos, ainda hoje, já na segunda década do Século XXI, podem ser identificados na opinião pública de parte dos estadunidenses. Essa opinião de que o comunismo acabou-se com o final da guerra fria pode ter sido sedimentado pelo bombardeio retórico e oportunista da política eleitoral interna, pelo ufanismo ou erro de convencimento dos analistas. O fato é que os norte-americanos continuam, ainda hoje, acreditando que a derrota do marxismo ou do comunismo se deu com o fim da Guerra Fria e com a derrubada do Muro de Berlim em 1989. 
     No entanto é possível entender como o marxismo sobreviveu e frutificou em solo norte americano e por que, entre tantas outras ações, mudou hábitos, culturas, comportamentos e determinou a derrota do macarthismo. Ocorre que um bom número de intelectuais marxistas foi trazido da Europa para o solo estadunidense. Trata-se dos intelectuais que haviam se reunido no Instituto para o Estudo do Marxismo em Frankfurt, Alemanha, que tempos depois passou a se chamar Instituto para Pesquisas Sociais na Universidade de Frankfurt, cuja produção intelectual e política passaram a ser conhecida como "Escola de Frankfurt". 
       A Escola de Frankfurt foi fundada em 1924 por iniciativa de Félix Weil. O grupo emergiu no Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt da Universidade de Frankfurt. Weil era um jovem marxista que tinha escrito a sua dissertação sobre problemas práticos para se implementar o socialismo e seu trabalho acadêmico foi publicado por Karl Korsch. Com a esperança de reunir  diferentes linhas marxismo em um único evento, Weil organizou um simpósio com duração de uma semana em 1922, ( coincidente com o movimento da Semana de Arte Moderna de 22 em São Paulo), que foi assistido por Georg Lukács, Karl Korsch, Karl August Wittfogel, Friedrich Pollock e outros. O evento teve tanto sucesso que Weil começou a construir uma sede e a financiar salários para um Instituto permanente. Weil negociou com o Ministério da Educação para que o diretor do instituto fosse um professor do Estado, para que assim o instituto tivesse status de uma instituição universitária. 
       Com a chegada de Hitler ao poder na Alemanha e a crescente ameaça do Nacional Socialismo, os membros do referido Instituto criado por Weil, em sua maioria judeus marxistas, migraram para Genebra (1933), depois  foram para a Paris e finalmente, para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque (1935). O jornal original do grupo registrado como Zeitschrift für Sozialforschung foi renomeado de acordo com o novo local universitário e passou a chamar-se Studies in Philosophy and Social Science. A primeira obra coletiva dos frankfurtianos são os Estudos sobre Autoridade e Família, escritos em Paris, onde estes fazem um diagnóstico da estabilidade social e cultural das sociedades burguesas contemporâneas. Foi neste momento que muitos de seus importantes trabalhos começaram a emergir, ganhando uma recepção favorável na academia inglesa e estadunidense. 
    Horkheimer, Adorno e Pollock resolveram voltar à Alemanha Ocidental no início dos anos 1950, porém Marcuse, Lowenthal, Kirchheimer e outros optaram por  permanecer nos Estados Unidos. A produção acadêmica desses intelectuais estava voltada para desestruturar o modelo de sociedade dos Estados Unidos da América do Norte e dos  valores que estruturam a Civilização Cristã Ocidental. É o que está contido nas diversas publicações que os mesmos editaram e distribuíram dentro do próprio território norte americano. Os intelectuais da Escola de Frankfurt, agora espalhados na Universidade de Columbia dos EUA e na Alemanha, entendiam que a revolução e a discussão sobre o poder não passava mais pelo controle da produção e do sistema econômico como afirmava Marx, mas sim pelas mãos dos que controlavam as instituições culturais e comportamentais.
       Dessa maneira a Escola de Frankfurt na Universidade de Columbia expandiu seus princípios políticos e ideológicos para outras universidades cooptando indivíduos que atuavam como críticos de arte, psicólogos, sexólogos, cientistas políticos e outros. Criou-se uma vasta rede de especialistas empenhados na reinterpretação do Marxismo que até então assentado em uma vertente teórica de viés econômico para transportá-lo para uma ótica cultural. Não é difícil entender, hoje, de como a produção acadêmica desses intelectuais se disseminou nos movimentos culturais tanto nos Estados Unidos da América do Norte como em todos os países inseridos na Civilização Cristã Ocidental. 
       Ao que tudo parece, o movimento representado pela Escola de Frankfurt e engajado ao Partido Comunista soube confrontar também o Macarthismo, ocupando espaços administrativos, enfim, vencendo-o. É possível entender que a partir da ação da Escola de Frankfurt na Universidade de Columbia, muitos comunistas ligados ao modernismo foram convidados ou aprovados para participarem da construção cultural e arquitetônica de muitos monumentos  fora da União Soviética, a exemplo do que ocorreu com a ONU e a UNESCO. 
       Durante o período Macarthista, a ONU - Organização das Nações Unidas- que havia sido fundada ao término da Segunda Guerra Mundial, estava se estabelecendo em Nova Iorque. Sua sede foi construída entre 1949 e 1952, durante o período de atividade do Comitê se Investigação de Atividades Antiamericanas e, por mais estranho que possa parecer, diante de tanto cuidado com os simpatizantes do marxismo e da Rússia, ocorreu um fato que merece reflexão. Dos 50 estudos de diferentes projetos arquitetônicos apreciados pelo comitê da ONU, o escolhido foi um desenho proposto por um arquiteto filiado, desde 1945, ao Partido Comunista Brasileiro e a Internacional Socialista, Oscar Niemeyer, amigo e simpatizante do líder da Intentona Comunista que se deu no Brasil em 1935.
Memorial em Brasília, em formato de foice, 
criado pelo arquiteto militante e filiado ao
 Partido Comunista. 


       O interessante é que o arquiteto carioca realizou centenas de projetos para as instituições públicas brasileiras e em outros países que, como o Brasil, não pertencia ao bloco liderado pela Rússia. Entre suas obras está a construção do complexo arquitetônico da capital brasileira que foi transferida do Rio de Janeiro para  Brasília, inaugurada em 1960. Ele administrou a construção da capital  assentado na direção da  estatal SUPERCAP a convite do Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira eleito em 1956. Esse presidente, considerado como simpático às causas comunistas, rompeu com o Fundo Monetário Internacional, no mesmo período o governador Rio Grande do Sul, Leonel Brizola,  tido como socialista, nacionalizou concessionária americana de energia elétrica daquele Estado. Os palácios de Brasilia projetados por Niemaier passaram a abrigar em suas paredes os murais e as pinturas dos artistas plásticos modernistas a  filiados ao Partido Comunista, a exemplo do prédio que abriga a ONU nos EUA.
              Ainda em relação à Guerra Fria dois fatos podem servir como medida do entusiasmo que  tomou conta dos marxistas da América Latina. Foi lançado pela União Soviética, em 4 de outubro de 1957, o Sputnik, primeiro satélite artificial a circundar a órbita do planeta. Pouco tempo depois, em 1 de janeiro de 1959, um movimento armado tomou o poder em Cuba, enfatizando, logo a seguir, o seu caráter pró Moscou e sua política anti americanista, recebendo o apoio da União Soviética e seu bloco  tido como socialista.
            Ainda sem terem permissão para usar a sigla partidária, os marxistas se infiltraram organizadamente nos outros partidos que compunham o cenário legal do Brasil. Outras vertentes do socialismo foram ganhando força e dividindo o cenário político com os militantes do Partido Comunista Brasileiro que atuava ilegalmente desde 1947. Ao findar o mandato do presidente que convidou o arquiteto modernista e membro do Partido Comunista Brasileiro para administrar a construção da capital em Brasília, outro presidente da republica é eleito e empossado em janeiro de 1961. Trata-se de Jânio da Silva Quadros.
Jânio Quadros assumiu a Presidência da República do Brasil  em  31 de Janeiro de 1961,  depois de ser  eleito com a maior votação até então dada a um candidato: 5.636.623 votos, 48% do eleitorado. Aproximadamente um ano antes,  no dia 20 de março de 1960, como candidato a Presidência da Republica do Brasil, Jânio Quadros desembarcou em Cuba onde foi recebido por Fidel Castro com honras de Chefe de Estado e lá permaneceu por sete dias.
 Um ano depois, já eleito e no mandato de Presidente da República, Jânio condenou os Estados Unidos quando da tentativa de invasão de Cuba no episódio da fracassada operação da baía dos Porcos, ocorrida em janeiro de 1961. Não bastasse, Jânio buscou o reatamento diplomático com a União Soviética em tempos de Guerra Fria e no dia 19 de Agosto de 1961, concedeu a Ernesto Che Guevara, Ministro da Economia e um dos líderes da Revolução Cubana, a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração do Brasil.
As iniciativas de Jânio Quadros a exemplo dos acordos que assinou  com Cuba e com União Soviética,  mostravam que o Brasil caminhava para  uma revolução comunista  sob a liderança de Jânio.  Esse quadro fez com que lideranças comunistas tradicionais do Brasil começassem uma disputa por dentro do próprio partido, pois não poderiam admitir que todo o legado histórico da luta dos marxistas que vinha desde 1922, fosse agora conduzida por elemento que nem mesmo era quadro do Partido Comunista. Junta-se a esse descontentamento,  o das lideranças políticas brasileiras alinhadas com o pensamentos dos países ocidentais liderados pelos EUA.
Após sete meses no poder,  uma semana depois de ter condecorado Che Guevara, em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao cargo de Presidente da República do Brasil alegando ser vitima de forças ocultas. No entanto, o quadro que registrou suas ações aponta com clareza que nunca houve forças ocultas. Ao contrário, a transparência dos fatos que marcaram a sua conduta pessoalista, imprevisível, leviana e irresponsável sob a ótica dos fatos históricos é que lhe fizeram angariar toda sorte de inimigos.
         Assume o cargo o vice-presidente João Goulart, gaúcho ligado a Leonel Brizola e que se dizia seguidor de Getúlio Vargas. A atividade do vice Goulart como ministro do trabalho no período do Estado Novo de 1937, do ditador Getúlio Vargas,  o colocava como um político simpático ao ideário comunista e anti norte-americano. Era também cunhado do governador do Rio Grande do Sul, o gaúcho Leonel Brizola, que nacionalizara uma companhia de energia elétrica estadunidense. Em 1962, sob a presidência do vice João Goulart, o Brasil reata relações diplomáticas com a União Soviética. Em 13 de março de 1964, em um comício em frente a Central do Brasil, no Rio de Janeiro, perante 300 mil pessoas, o vice agora presidente decreta a estatização de refinarias particulares de petróleo e a desapropriação das terras às margens de rodovias, ferrovias e obras públicas para fins de reforma agrária que, segundo ele, seria feita “na lei ou na marra”.
            O movimento dos comunistas segue o exemplo dos acontecimentos que ocorreram em 1926, em 1935 envolvendo as Forças Armadas. Em 1964 começa a rebelião dos marinheiros e no dia 30 de março daquele mesmo ano, o vice João Goulart que assumiu a presidência no lugar do renunciante Jânio Quadros,  discursa no Automóvel Clube do Rio de Janeiro, durante assembleia de sargentos, soldados e marinheiros apoiando os militares sublevados. Estava claro que os comunistas prepararam a tomada do poder central com a renuncia de Jânio e a assunção de João Goulart. Era apenas uma questão de meses para que João Goulart impusesse ao Brasil um governo nos moldes de Cuba e de outros países alinhados a Rússia. No dia seguinte no qual Goulart manifestou apoio a sublevação de marinheiros, a 31 de março de 1964, um grupo de militares de alta patente do Exército , aquartelados  em Juiz de Fora, Minas Gerais,   iniciam uma marcha em direção ao Rio de Janeiro,  exigindo a renúncia do agora presidente João Goulart. Ao mesmo tempo, outros grupos militares e governadores estaduais manifestam total apoio a ação dos militares das Minas Gerais. O presidente Goulart foi deposto e instaurou-se um regime militar no Brasil em 31 de março de 1964.
            Observa-se, no entanto, que a influência ideológica dos marxistas, principalmente os ligados ao Partido Comunista Brasileiro, sob a influência do campo socialista liderado pela Rússia, já havia se materializado no Brasil. Era possível apreciar e até mesmo tocar nessas manifestações visitando construções arquitetônicas espalhadas pelos principais centros urbanos do país, nos murais e pinturas que as decoravam, nos poemas e na literatura dos modernistas que preenchiam jornais e bibliotecas e influenciavam outros autores. O conteúdo ideológico seguia se popularizando nos centros de estudos, nas escolas do primário ao nível universitário. O regime militar implantado em 1964 tinha como objetivo conter o avanço da articulação marxista no Brasil, reanimada e em efervescência com o Sputnik, com o regime implantado em Cuba em 1959 e com a atuação do vice João Goulart que assumira o cargo de presidente do Brasil em 1961, após a renuncia de Janio Quadros.
         Durante o período em que os militares administravam o país e que não havia mais as garantias constitucionais do regime democrático, os marxistas praticaram outras estratégias na busca pelo poder. Da guerrilha urbana à guerrilha rural. Do enfrentamento aberto contra as forças militares a discursos, publicações, greves e manifestações artísticas. Os marxistas justificavam ideologicamente os assaltos a bancos e outros estabelecimentos pelos fins sociais a que se propunham a alcançar com o dinheiro roubado. Os intelectuais e artistas marxistas pregavam; “seja marginal, seja herói”! - como forma de combater os valores tradicionais que ficaram marcados na Marcha da Família com Deus pela Liberdade que ocorreu em 1964 em apoio aos militares que tomaram o poder. Nesse enfrentamento bélico muitos marxistas foram presos, exilados e até mesmo mortos pelo regime administrado pelos militares.
Com o desmonte dos grupos marxistas que optaram pela guerrilha, a sociedade se dividiu politicamente em duas partes, prós e contras o Regime Militar de 1964 ao qual a esquerda, desde o inicio, deu o nome  de Ditadura Militar. Os marxistas optaram estrategicamente pela via democrática conviveram tranquilamente com outras forças e atuaram dentro da Frente Democrática que alcançou a Anistia Política em 1978 e o restabelecimento do pluripartidarismo em 1979. Nesse período nenhuma crítica era observada entre os diversos matizes ideológicos que se alinharam para combater o que chamavam de ditadura militar que se encerrou formalmente, em 1985. Esse consenso em torno da nomenclatura do Regime Militar que se popularizou como Ditadura Militar demonstra que os marxistas deram inicio a cooptação das forças políticas de outros matizes ideológicos a partir do momento em que deixaram a luta armada e se acomodaram ao sistema democrático. Com a volta do pluripartidarismo surge o Partido dos Trabalhadores unindo a maior parte dos marxistas brasileiros que passaram a se acomodar, junto com setores da Igreja Católica Apostólica Romana Brasileira, nessa nova sigla partidária. Não demorou para convocarem eleição para elegerem deputados federais e elaborar mais uma Constituição. a oitava que se somou à primeira construída em 1924. Tida como Constituição Cidadã, essa como as demais, pecou pela quantidade de artigos, na maioria frases de efeito para alcançar eleitores ávidos para participarem pelo exercício eleitoral pluripartidário. Desta vez a 8ª Constituição ganhou  viés socialista e populista e só não avançou porque  o Muro de Berlim desabou um ano depois e com ele o campo socialista que, em boa parte, influenciara  o desejo explicito da maioria dos constituintes brasileiros.
            Embora o campo socialista, que avançara desde a Revolução Bolchevique de 1917, tivesse entrado em colapso em 1989 com a derrubada do Muro de Berlim, o processo de democratização e popularização do ideário marxista prosseguiu com forte influencia de Cuba. Dentro desse processo foram inseridos pensadores e lideranças da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil e setores da sociedade brasileira que haviam lutado pela volta do Estado de Direito e pela Democracia. Inimigos ideológicos, materialistas e religiosos convergiam e se concentravam em um único objetivo que era o de se estabelecer no poder via sistema democrático e através do Partido dos Trabalhadores.
           Esse intento é alcançado em 27 de outubro de 2002 com a eleição do líder sindical Lula para a Presidência da República. O sindicalista, que se tornou presidente da república, havia sido um dos fundadores em 1990, junto com o líder cubano que se estabelecera no poder em 1959, do Foro de São Paulo. Essa organização passou a congregar parte dos movimentos políticos de esquerda marxista da América Latina e do Caribe.
         Eleito com apoio e infraestrutura da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, a vitória desse sindicalista concorreu para a popularização definitiva de conceitos marxistas e das manifestações artísticas e intelectuais dos modernistas na sociedade brasileira. Esse apoio demonstra que a expansão do ideário marxista alcançou também o campo espiritual da Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil. O sindicalista foi reeleito para um segundo mandato em 2006, porém a consagração total da luta pelo poder dos marxistas no Brasil ocorreu em 2010 e dessa vez sem a necessidade de compromisso formal com a organização religiosa que os apoiou Lula desde o primeiro mandato.
         Ao concluir o segundo mandato o sindicalista indicou e elegeu, para sucedê-lo, a primeira mulher a assumir cargo de Presidente da República na história do Brasil. A eleição de uma mulher, reconhecidamente militante de organização marxista que optou pela luta armada consagra a história dos movimentos de influencia marxista que tiveram inicio na Semana de Arte Moderna e na fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922.
             Um plano que os comunistas cumpriram pacientemente até alcançarem o objetivo final que era de controle, através do voto direto, do poder nos estados. Depois de alcançarem o poder impingiam mudanças institucionais para nele permanecerem o máximo de tempo. Para tanto, a partir da década de setenta, uma estratégia foi posta em prática com o auxilio de simpatizantes e de uma organização religiosa da contra reforma, bem como da utilização de outros mecanismos sociais. Compreendendo que o voto não tem classe, não tem ética e nem moral e que é obrigatório, direto e secreto os marxistas se empenharam em buscá-los em todos os campos da atividade humana, principalmente junto aos que de uma forma ou de outra estivessem excluídos, sobrevivessem à margem ou vivessem na condição de punidos pela sociedade legal. A essa grande maioria foi levada políticas publicas de inserção e tolerância para, com isso, catalisar a imensa maioria dos votos.
           Diante dessa busca do voto obrigatório do eleitor,  algumas questões podem ser formuladas: Como desopilar o acúmulo de exageros e equívocos que tenham sido cometidos junto ao eleitorado de voto obrigatório por esses atores  comunistas nas suas estratégias de busca do poder? Como descortinar ações de outros atores não marxistas que muitas vezes foram desprezadas ou camufladas na produção acadêmica?

                Se o que ocorreu neste final de 2010 nos morros do Rio de Janeiro tivesse acontecido na década de setenta, muitos militantes marxistas e aliados se juntariam aos traficantes que enfrentaram o Estado naquelas favelas. 
          A cena dos marginais subindo pela estrada deslocando-se em coluna da favela Vila Cruzeiro para complexo do Alemão sob a mira de francos atiradores militares seria transformada em uma epopeia. Noventa anos depois da semana de 22, já no século XXI, no ano de 2011,  22 anos depois que o Muro de Berlim foi derrubado, se atendendo as expectativas dos que sonharam com esse dia ou se provocando uma grande decepção, a realidade é que, enfim, os marxistas de formação intelectual, caráter e militância estão oficialmente, através de uma mulher,  na presidência, gestão e controle do poder central do Brasil. Enquanto isso, os órfãos da União Soviética vão ocupando a ONU, tornando-a na URSS do século XXI e no novo Comitê Central da Internacional Socialista.  (PIGATTI, V, T, 2010).

                                Valionel Tomaz Pigatti (Léo Tomaz) 

                                               Currículo Lattes:     http://lattes.cnpq.br/0781027245850748

Referências:

,ORTEGA Y GASSET, José. Meditaciones del Quijote: Lector. In: Obras Completas, vol. I. Madrid: Taurus, 2004, p. 573.

                                                                                            
                                                                                                              (Em breve o contexto histórico a partir de 2012)

3 comentários:

Marcos Camargo disse...

Olá bom dia! Excelente texto. Seria possivel passar as fontes ? Estou fazendo uma monografia específica em artes e marxismo a decadência, e estou com poucas referência para embasar. Caso queria mandar algo pode ser no meu email marcosrobertcamargo@gmail.com ou pelo whats apps 19982457830 é 19 mas sou de SJC abraço

Anônimo disse...


Parabéns pela visão histórica dessas páginas perdidas (arrancadas) da nossa História! O Brasil precisa de gente que ilumine o caminho não só para o futuro , mas para o passado ( para explicar os passos que nos levaram a barafunda onde estamos metidos)!

wil disse...


Parabéns pela visão dessas páginas perdidas (arrancadas) da nossa História! O Brasil precisa de gente que ilumine o caminho não só para o futuro , mas para o passado ( para explicar os passos que nos levaram a barafunda onde estamos metidos)!